Marcos Violeiro e Adalberto
Resgatando as raízes da música sertaneja, chega ao mercado fonográfico a dupla
Marcos Violeiro &Adalberto, juntos dão um emocionante show pra caboclo nenhum
botar defeito. Marcos Violeiro - 30 anos, natural de Uberlândia e Adalberto -
24 anos, natural de Goiânia, nasceram e cresceram no campo, mas o amor pela música
fez com que os dois jovens abandonassem as profissões de carpinteiro e a de
comerciante para se dedicarem exclusivamente a música. Com um repertório bem
eclético, que varia entre o batidão, a guarânia, o xote, o rasqueado, o cururu
e o catira, Marcos Violeiro e Adalberto resgatam para o mundo sertanejo, o que
de melhor a viola já criou. Homenageando o imortal Tião Carreiro, o também compositor
Marcos Violeiro compôs a canção A viola não morreu", que também dá nome ao disco,
e ainda do repertório de Tião Carreiro eles interpretam "Caçador" e "Eu, a viola
e ela". De Vieira e Vieirinha, eles regravaram "Minha mulher e meu cavalo" e muito
mais. Dupla de origem no Brasil Central, Marcos Violeiro (Uberlândia) e Adalberto
Goiânia) retomam o filhão deixado pela extinta dupla Tião Carreiro e Pardinho,
iniciando sua trajetória fonográfica com uma homenagem ao seu modelo. Onome do CD e
a faixa ponde correpondente fazem essa honraria, De inicio, o ritmo dotado é o pagode,
criação da velha dupla; Marsos Violeiro com gostosos ponteados mostra que é um bom
discípulo, e a letra traça a biografia de um dos maiores violeiros brasileiros dos
últimos tempos, o Tião.
Marcos Violeiro e Adalberto, projetam um retorno á canção rural com , todas
aquelas
variantes que a tornam rica, ao contrário da mesmice das atuais duplas. Marcos é um
violeiro excepcional e vale a pena prestar atenção aos seus ponteios que pintam
praticamente em todas as faixas. O ritmo imposto pela dupla as suas canções lembra
com vigor de Tião Carreiro e Pardinho. Quando o gênero abordado exige aparece o
acordeon, que lembra bem a velha sanfona matuta. O que destaca e caracteriza os
novos cantores como dupla ligada a tradições é a grande variedade de ritmos.
Observem: pagode (ritmo animadíssimo criado pela Dupla Tião Carreiro e Pardinho -
não à confundir com a urbana mistura de funk e samba feita pelos sambeiros paulistanos)
, batidão (gênero especial para danças de origem sulina) , ritmo jovem (forma de
transição adotada pelos caipiras arrivistas que queriam se urbanizar, moda de viola
(a mais antiga forma de canção nacional, como a modinha), guarania (gênero paraguaio,
criado na primeira metade deste século que confunde com gêneros matogrossenses) ,
xote (adaptação rural para a dança schottisch, de origem Européia chegada ao Brasil
em meados do século passado), cururu (gênero de dança de origem indígena), catira
(mistura de cururu com moda de viola), rasqueado (coisa sulina com mistura paraguaia).
As letras não possuem as riquezas do gênero , mas não perdem o clima rural, mesmo
nos casos dos temas românticos onde o amor é cantado de uma forma singela, um tanto
ingênua, a Moda de Viola, "homenagem de verdade" (Marcos Violeiro) homenageia fazendo
um tutano do sudoeste goiano. Uma dúvida: a guarani "amor sem barreira" é de autoria
de Eunice e Garcino. Seria o Garcino da velha dupla uberlandence; Garcino e Garciano,
talvez a primeira dupla do lugar
a grava?
Texto retirado da Home Page Oficial dos Violeiros do Brasil